Estudo sobre público qualificado
Eu estava fazendo um estudo sobre público qualificado e público alvo em uma campanha de marketing quando me deparei com uma matéria feita pelo Washington Post, onde eles colocam um dos mais renomados violonistas para tocar em uma estação de metrô.

O violonista em questão era o Joshua Bell, que cobra mais de 1000 dólares por minuto de execução. O ponto é, ele recebeu apenas 32,17 dólares após 40 minutos de apresentação, mesmo estando em uma estação movimentadíssima, com um tráfego gigante, se formos traduzir para o “marketinquês”. O problema está no tipo de público que ele estava tentando alcançar, extremamente desqualificado, com pressa, sem entendimento do que é música boa e em um lugar onde geralmente ficam alguns músicos sem expressão.
Tamanho do tráfego:
Cerca de 1097 pessoas passaram por ele em 40 minutos.
https://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw
Existe outra questão também, vamos levar em consideração o dinheiro que ele ganhou na estação de metrô, 32,17 dólares por 40 minutos de apresentação, ou 0,80 centavos de dólar por minuto. Em 4 horas, ele teria cerca de 193,02 dólares, multiplicando isso por 25 dias trabalhados no mês, ele receberia 4825,5 dólares, que é um bom salário, porém, compare com o que ele ganha naturalmente nas suas apresentações em teatro — isso dá apenas 5 minutos ao invés de 100 horas!
Há um outro ponto a ser debatido, será que um simples artista de rua, autodidata, que não possui 10% do talento e estudo do Joshua Bell poderia ganhar mais dinheiro que o próprio em uma estação de metrô? A resposta é: sim!
Uma pessoa que está acostumada, sabe as técnicas e qual tipo de música uma pessoa vai querer ouvir e prestar atenção em uma estação de metrô vai estar apta a ganhar muito mais que isso.

Esse caso acima mostra também que o que funciona em determinado lugar pode não funcionar em outro, a depender do tipo de cultura que aquele lugar tem.
Em um exemplo mais prático, isso se traduziria a:
Você tem um produto sobre aviação, um produto mais técnico. Onde você iria preferir anunciar?
Você prefere anunciar no canal do Lucas Lira, um dos maiores influenciadores do Youtube, com cerca de 13 milhões de inscritos, ou anunciar no canal Aviões e Músicas, com quase 2 milhões?


Com certeza mais pessoas iriam ver o anuncio que o Lucas Lira iria inserir no seu canal, porém menos pessoas iriam comprar, a taxa de conversão seria pequena e provavelmente seria até mais caro, julgando a quantidade de tráfego existente no canal. Já no canal Aviões e Músicas, o tráfego seria melhor, porém mais qualificado e propenso a comprar o seu produto.

Conclusão
Não adianta você gastar rios de dinheiro para anunciar com alguém ou fazer parceria com alguma empresa se o seu público alvo não vai ser atingido. Você gastar R$ 500 de anúncios em um perfil de uma influencer no Instagram para anunciar um curso sobre investimentos não te trará resultados, pois o público dela não está interessado nisso, pelo menos a princípio. Porém, caso queira anunciar um produto de beleza, aí sim essa influencer poderá te ajudar.
Ás vezes o mesmo nicho possui públicos diferentes, como é o caso do violonista. Se ele tocar no nicho que o valoriza, serão 1000 dólares por minuto, caso ele toque em uma estação de metrô, serão somente 32 dólares em 40 minutos.
Considerações
De algumas coisas a gente não tem como ter certeza, como por exemplo, o cálculo feito para chegar ao dinheiro diário que o violonista ganharia ao tocar 4 horas. Não sabemos se aquele horário é um bom horário para tocar algo, ou se o tráfego iria tender a aumentar ou diminuir com o decorrer do dia. Sabemos sobre o dia, que de acordo com os sites que publicaram a matéria se tratava de uma sexta-feira, dia 12 de janeiro, talvez um dia que fizesse parte das férias escolares.